O prefeito Eduardo Braide, participou, na manhã desta quinta-feira (5), no Teatro João do Vale, da abertura do seminário internacional “Construindo uma agenda urbana mundial para a COP30”, que integra a programação oficial rumo à 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP30), a ser realizada em Belém (PA), entre os dias 10 e 21 de novembro de 2025.
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Organizado pelo Instituto de Arquitetos do Brasil (IAB), em parceria com a União Internacional de Arquitetos (UIA), a Federação Panamericana de Associações de Arquitetos (FPAA) e o Conselho Internacional de Arquitetos de Língua Portuguesa (CIALP), o evento reúne arquitetos e urbanistas, gestores públicos e representantes do setor privado do Brasil e do exterior. O objetivo é debater e formular propostas concretas sobre temas como adaptação das cidades às mudanças climáticas, preservação de florestas, urbanização sustentável, arquitetura resiliente ao clima, valorização de populações tradicionais e financiamento de infraestruturas urbanas.
A programação do seminário se estende até sexta-feira (6) e está sendo realizada em formato de circuito cultural. Além do Teatro João do Vale, as atividades acontecem em diversos casarões da Rua da Estrela, no Centro Histórico da capital maranhense.
Durante sua fala na cerimônia de abertura, o prefeito Eduardo Braide destacou a importância do evento para o fortalecimento de políticas públicas urbanas e ambientais. Para ele, a construção de uma agenda sustentável para as cidades brasileiras passa, necessariamente, pela escuta dos profissionais que lidam diretamente com o planejamento e desenvolvimento urbano.
“A maior missão de um prefeito é garantir o direito à cidade, o direito que moradores, visitantes e todos aqueles que passam por aqui têm em relação à mobilidade urbana, à sustentabilidade e à inclusão. Estamos agora enfrentando esse tema tão importante que é a mudança climática. A COP30 se aproxima, e acredito que os arquitetos têm um papel fundamental: apresentar não só o diagnóstico, mas também o caminho para o futuro, o futuro das cidades, dos países e do mundo, especialmente em relação à sustentabilidade”, afirmou Braide.
Desafios
O prefeito também lembrou os principais desafios urbanos enfrentados por São Luís, como o crescimento desordenado e a preservação do Centro Histórico. “São Luís tem dois grandes desafios: o crescimento desordenado, que toda metrópole enfrenta, e a preservação do nosso Centro Histórico. Às vezes, é mais fácil construir do zero do que restaurar algo quase em ruínas”, explicou.
Braide ainda destacou que, recentemente, foi eleito vice-presidente de Desenvolvimento Urbano Sustentável da Frente Nacional de Prefeitos (FNP), e que essa posição permitirá ampliar o diálogo com outras cidades brasileiras na busca por soluções urbanas integradas.
O evento sediado em São Luís representa o pontapé inicial para a elaboração de um documento que reunirá propostas e diretrizes para orientar as políticas públicas urbanas e ambientais na capital, em alinhamento com os compromissos internacionais da COP30. O documento deverá refletir os desafios e as potencialidades da capital maranhense frente à crise climática.
Marcos Dias, presidente do IAB Maranhão, destacou pontos importantes sobre o assunto. “Desde a Carta de Atenas, em 1933, os desafios urbanos se transformaram profundamente. A crise climática se intensifica e representa uma ameaça crescente ao planeta e às cidades. Em 2025, com uma população global de mais de 8,2 bilhões de pessoas, sendo 55% vivendo em áreas urbanas, torna-se urgente a construção de sistemas urbanos resilientes. O mais recente Relatório Mundial das Cidades, de 2024, nos alerta que os investimentos destinados ao enfrentamento das mudanças climáticas nas cidades ainda representam apenas 20% do necessário. Diante desse cenário, o seminário ‘Construindo uma Agenda Urbana Mundial para a COP30’ reúne especialistas e autoridades do Brasil e do mundo para a elaboração da Carta de São Luís; um documento que vai nortear futuras ações urbanas e ambientais com base nos desafios reais das nossas cidades”, declarou Marcos.
Segundo o presidente nacional do IAB, Odilo Almeida, o envolvimento dos arquitetos no planejamento urbano é fundamental para que cidades e infraestruturas estejam preparadas para os impactos da crise climática.
“Queremos cidades e infraestruturas preparadas para conviver com as mudanças climáticas, que envolvem enchentes, furacões, aquecimento e uma série de fatores que podem ser minimizados, se os profissionais do urbanismo forem ouvidos e puderem contribuir com essa cidade do futuro, com essas infraestruturas do futuro. Estamos aqui movidos por esse sentimento, por esse desejo de uma categoria profissional de contribuir com as pessoas que formulam as políticas públicas em nível mundial”, argumentou.
A abertura do seminário também contou com a presença de autoridades locais, servidores municipais, lideranças da União Internacional de Arquitetos (UIA), da Federação Panamericana de Associações de Arquitetos (FPAA) e do Conselho Internacional de Arquitetos de Língua Portuguesa (CIALP), além de representantes da sociedade civil e profissionais arquitetos, urbanistas e entusiastas.
Plano Municipal de Arborização
O prefeito aproveitou a ocasião para anunciar o ´Plano Municipal de Arborização de São Luís´, desenvolvido em parceria com a Universidade Estadual do Maranhão (Uema) que contempla um mapeamento completo das árvores existentes na cidade, além de ações de tombamento, preservação e incentivo a uma grande campanha de arborização.
“Fizemos um inventário, tombamos as árvores existentes e planejamos uma grande campanha de arborização da cidade. Pela primeira vez, São Luís passa a ter uma política concreta e planejada voltada para o verde urbano”, finalizou o prefeito.