Fundação Municipal de Patrimônio Histórico

Prefeitura de São Luís e parceiros promovem encontro curatorial para implantação do primeiro Museu do Azulejo do Brasil

15/02/2024 18h16 - Atualizada em 20/02/2024 16h21
Secom

São Luís receberá a mesa-redonda “O Lugar do Azulejo é no Museu? – As pesquisas sobre o patrimônio azulejar e o Museu do Azulejo de São Luís”, na próxima quarta-feira (21), no auditório do Centro Administrativo do Tribunal de Justiça do Estado do Maranhão (Rua do Egito, Centro).

O evento, fruto da parceria entre Instituto Pedra e Prefeitura de São Luís, por meio da Fundação Municipal de Patrimônio Histórico (Fumph), norteará a implantação do Museu do Azulejo, equipamento cultural dedicado a abordar a história do patrimônio azulejar no país, que será instalado na capital maranhense. O projeto é viabilizado por meio da Lei de Incentivo à Cultura, com patrocínio do Instituto Cultural Vale.

O debate, aberto ao público e com transmissão ao vivo pelo YouTube, será uma das atividades de desenvolvimento curatorial do novo Museu do Azulejo. Os interessados em participar podem fazer a inscrição pelo link abaixo até o dia 20 de fevereiro. Os participantes presenciais ou virtuais poderão solicitar certificado de participação.

- Clique para se inscrever

Entre os assuntos a serem discutidos durante o evento estão os tópicos: “Qual é o desafio de um Museu do Azulejo frente aos outros tipos de museus?”, “Como abordar dentro do museu a história das oficinas, dos processos e dos agentes sociais relacionados à produção dos azulejos?”, “Qual pode ser o espaço da produção contemporânea de azulejos dentro do museu?”, “Como o museu pode ajudar a reinserir o azulejo na sociedade?”.

Para conduzir o debate, foram convidados renomados representantes deste segmento artístico, incluindo nomes internacionais, para darem suas contribuições. Participam do encontro Eliana Mello, especialista sobre o trabalho de Udo Knoff, renomado azulejista de origem alemã que passou grande parte da vida radicado em Salvador (BA); Alexandre Mancini, azulejista, pesquisador e criador da página Azulejaria Brasileira, no Instagram; Evandro Von Sydow, pesquisador sobre o uso popular e simbólico do azulejo; Alexandre Nobre, diretor do Museu Nacional do Azulejo de Portugal (POR); Kátia Bogéa, presidente da Fundação Municipal de Patrimônio Histórico de São Luís e ex-presidente do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN - 2016-2019); Luiz Fernando de Almeida, diretor-presidente do Instituto Pedra, que coordena os trabalhos de implantação do Museu do Azulejo e ex-presidente do IPHAN (2006-2012).

Museu do Azulejo

O Museu do Azulejo será um equipamento cultural dedicado a abordar a história do azulejo, resgatando desde as suas origens até sua propagação em território brasileiro. A capital maranhense é conhecida pela tradição do uso de azulejos em seus casarões, igrejas e interiores de casas, que compõem o patrimônio arquitetônico e cultural da cidade.

O novo equipamento cultural abrigará acervo diverso, composto por peças de diferentes origens e períodos, além de artefatos, imagens e vídeos relacionados à sua produção e uso.

O espaço contará ainda com um programa de educação patrimonial com visitas guiadas, seminários e curso sobre a história do azulejo e aspectos técnicos relacionados à sua confecção, incluindo a origem de estilos e técnicas na azulejaria ao redor do mundo; o desenvolvimento da azulejaria em Portugal e sua introdução no Brasil; o desenvolvimento da azulejaria em São Luís e sua possível influência no uso de azulejos em fachadas em Portugal; e a produção da azulejaria moderna e contemporânea no Brasil.

O azulejo chegou ao Brasil por meio dos portugueses e teve nos casarões de São Luís sua aplicação mais relevante, com acervo remanescente dos séculos XVIII e XIX, fazendo da cidade a capital brasileira dos azulejos. 

Mas as origens do azulejo no mundo remontam uma tradição muito mais antiga, desde, pelo menos, o século VII a.C., na Mesopotâmia e Pérsia antiga, onde hoje estão situados sobretudo Iraque e Irã. Uma cultura que se expandiu pelo norte da África e Europa e se projetou incorporando influências locais, criando em cada país suas características.

Serviço

- O quê: Mesa-redonda “O Lugar do Azulejo é no Museu? – As pesquisas sobre o patrimônio azulejar no Brasil e o Museu do Azulejo de São Luís”

- Quando: Dia 21 de fevereiro, às 14h

- Onde: Auditório do Centro Administrativo do Tribunal de Justiça do Estado do Maranhão | Rua do Egito, s/nº, Centro Histórico de São Luís - em frente à Igreja Nossa Senhora do Rosário dos Pretos.

- Link para inscrições (até 20/02): https://forms.gle/TonxUF6ngEUQJP7d8

Saiba Mais: Integrantes da mesa-redonda

Alexandre Mancini

Artista autodidata que fez da azulejaria brasileira parte integrante de sua vida ao iniciar sua carreira em 2006, após anos de amplos estudos. Hoje reconhecido como importante nome da azulejaria nacional, sua produção engloba painéis com azulejos de padrões e composições abstratas, expressando grande conhecimento técnico e criatividade. É o criador e curador da página "Azulejaria Brasileira", que se tornou um importante repositório da azulejaria nacional.

Alexandre Manuel Nobre da Silva Pais

Historiador com PhD em Teoria e História da Arte (2012) pela Universidade Católica de Portugal (UCP) e mestrado em História da Arte. É autor e coautor de estudos, livros e artigos sobre patrimônio cultural e azulejaria portuguesa, história da arte, história técnica da arte, iconologia, entre outros assuntos. É o diretor do Museu Nacional do Azulejo de Portugal.

Eliana Ursine da Cunha Mello

Doutoranda no Programa de Pós-graduação em Arquitetura e Urbaenismo da UFBA, tendo como tema de pesquisa os azulejos de autor produzidos no Brasil entre 1940-1980. É Bacharel em conservação-restauração de bens culturais móveis e Mestra em Artes pela Escola de Belas Artes pela UFMG. Em seu mestrado desenvolveu a dissertação "O panorama do patrimônio azulejar contemporâneo brasileiro visto através do seu inventário: do século XX ao século XXI". É coordenadora executiva do “Projeto SOS Azulejo Brasil”.

Evandro Von Sydow Domingues

Professor e poeta, mantém o blog "A vida numa Goa". Von Sydow cataloga azulejos raros e painéis que encontra em diversas edificações espalhadas pelo Rio de Janeiro. Seu interesse é na azulejaria popular, registrando em suas peregrinações usos, aplicações e apagamentos desse patrimônio que foi tão presente no cotidiano do subúrbio carioca. Colabora também em revistas literárias e outras publicações.

Programação

14h | Apresentação - Eduardo Braide, prefeito de São Luís

“O Projeto Cultural: em que contexto a mesa-redonda se insere” - Kátia Bogéa, presidente da Fumph; Luiz Fernando de Almeida, diretor-presidente do Instituto Pedra

“Qual é o desafio de um Museu do Azulejo frente aos outros tipos de museus?” - Alexandre Nobre

16h | Coffee Break

“Como abordar dentro do museu a história das oficinas, dos processos e dos agentes sociais relacionados à produção dos azulejos?” - Eliana Mello

“Qual pode ser o espaço da produção contemporânea de azulejos dentro do museu?” - Alexandre Mancini

“Como o museu pode ajudar a reinserir o azulejo no cotidiano das pessoas e no imaginário popular?” - Evandro Von Sydow

Minutos finais - Aberto a perguntas do público

18h | Encerramento

Sobre a Fumph

A Fundação Municipal de Patrimônio Histórico da Prefeitura de São Luís trabalha para ressignificar o conceito de Patrimônio Cultural para a população. Executa ações estratégicas de reabilitação urbana associadas às ações de Conservação e Restauro de Imóveis agregando a necessária atuação no Patrimônio Imaterial de todo o Município e criando uma relação com a sociedade por meio de diálogo constante e ações concretas de educação patrimonial.

Sobre o Instituto Pedra

O Instituto Pedra é uma organização da sociedade civil sem fins lucrativos que desenvolve ações no campo do patrimônio cultural. Possui projetos nos estados do Pará, Maranhão, Minas Gerais, Bahia, Rio de Janeiro e São Paulo como, por exemplo, o projeto de restauração de fachadas do Edifício Copan e a restauração, com criação de centro cultural, na Vila Itororó em São Paulo; recuperação do complexo arquitetônico e acervo histórico do Palácio Itamaraty no Rio de Janeiro; inventário do acervo de Frans Krajcberg e restauração do Parque do Queimado na Bahia; idealização e gestão da Escola de Ofícios Tradicionais de Mariana e a restauração da Igreja de São Francisco de Assis e da Casa do Conde de Assumar, em Mariana, entre outros.

Sobre o Instituto Cultural Vale

O Instituto Cultural Vale parte do princípio de que viver a cultura possibilita às pessoas ampliarem sua visão de mundo e criarem novas perspectivas de futuro. Tem um importante papel na transformação social e busca democratizar o acesso, fomentar a arte, a cultura, o conhecimento e a difusão de diversas expressões artísticas do país, ao mesmo tempo em que contribui para o fortalecimento da economia criativa. São mais de 200 projetos criados, apoiados ou patrocinados em 24 estados e no Distrito Federal, dentre eles o Memorial Minas Gerais Vale (MG) e o Centro Cultural Vale Maranhão.